Olimpíada: qual a relação entre Esporte, Educação e os Jogos Olímpicos?
A alguns dias da abertura da Olimpíada 2016 no Rio de Janeiro, não só o Brasil, mas o mundo todo está em ritmo e na expectativa do acontecimento de mais uma edição do maior evento esportivo do mundo. Este fato marcante em nosso país foi até mesmo inspiração para o tema do ano dos Colégios da Educação Metodista.
E qual a relação entre os Jogos Olímpicos e a Educação? Bom, se fizermos uma busca na história, encontraremos muita coisa em comum, aliás, veremos que há uma relação bem próxima entre o esporte, de um modo geral, com a educação. Um dos motivos originais da existência das Olimpíadas já possui uma grande identidade com princípios educacionais, que é a celebração entre as nações. Não é à toa que o tema dos Colégios este ano é “uma confraternização para a vida”.
Então, vamos conhecer um pouco mais.
A origem das Olimpíadas
As Olimpíadas tiveram início por volta do século VIII a.C., no contexto da antiga Hélade, que era o conjunto das cidades-estado da Grécia Antiga. A realização dos jogos ocorria na cidade de Olímpia (*por isso o nome “Olimpíada”), para onde os cidadãos das outras cidades iam para participarem das competições.
Além da religiosidade, os gregos buscavam por meio dos Jogos Olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Para eles, os esportes eram importantes para promover integração e para a manutenção da saúde.
Porém, após o fim da Hélade, as Olimpíadas caíram no esquecimento durante séculos e eventos esportivos eram desenvolvidos individualmente nas civilizações, sem a mesma expressão daqueles que aconteciam em Olímpia.
Pedagogo restaura as Olimpíadas na modernidade
Outra relação dos Jogos Olímpicos com a Educação está em seu próprio resgate na era moderna. Em 1892, o pedagogo e historiador francês Pierre de Frédy, conhecido como barão de Coubertin, traçou todo um plano e começou a trabalhar para trazer de volta as Olimpíadas.
O Barão de Coubertin acreditava que a prática do esporte devia ser estimulada na sociedade contemporânea, sobretudo entre os jovens. Além disso, para ele era interessante que houvesse uma organização internacional de jogos esportivos que ajudasse a promover a “paz entre as nações”, já que naquela época o mundo estava repleto de rivalidades entre as potências imperialistas, que afetavam todos os setores das sociedades.
Em 1984, ele conseguiu organizar um congresso internacional em Paris, que reuniu representantes de sociedades esportivas e até mesmo universitárias de 13 países, onde apresentou sua proposta de restauração dos Jogos Olímpicos, conseguindo apoio suficiente para, em 1896, realizar a primeira Olimpíada nos tempos modernos. O local escolhido foi Atenas, capital da Grécia, pois Coubertin queria que o retorno dos Jogos fosse em seu país de origem e, para isso, ele também resgatou símbolos e tradições dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, como o acendimento da chama olímpica, por exemplo, presentes até as edições atuais.
O símbolo
Também criado pelo barão de Coubertin, o próprio símbolo da Olimpíada faz referência à celebração das nações. Os famosos “anéis olímpicos” representam os cinco continentes e suas cores, sendo o anel azul correspondente a Europa, o preto a África, o anel vermelho as Américas, o amarelo a Ásia e o verde a Oceania. A forma entrelaçada entre os anéis simboliza a união amistosa e pacífica das nações. Resume exatamente o espírito olímpico de união e interação entre os povos e ética no esporte.
Mesmo com o retorno dos Jogos Olímpicos acontecendo em 1896, a bandeira olímpica foi concebida já em 1913 e hasteada pela primeira vez em 1914, em outro congresso internacional em Paris. A escolha das cores dos anéis por Coubertin foi devido a frequência em que aparecem nas bandeiras das diversas nações no mundo. Pelo menos uma das demais cores está presente em cada bandeira. Dessa forma, além de simbolizar a união dos cinco continentes, integra todos os países dando um sentido universal para a Olimpíada.
Esporte e Educação
Não apenas nas Olimpíadas está o Esporte, pelo contrário, ele é presente e meio de vida de muitas pessoas e entidades. O Esporte, em sua essência, é um grande aliado da Educação. Se deixarmos de olhar a parte competitiva, mas sim para o desenvolvimento da prática esportiva, vemos que o Esporte é um agente na busca por princípios e valores sociais, morais, éticos e de inclusão, além do desenvolvimento físico e promoção da saúde. Por razões como esta, ele está presente nas escolas, seja pela Educação Física, ou mesmo pela prática de modalidades diversas e pela formação de equipes esportivas escolares.
Uma criança que pratica esporte apende a trabalhar em equipe e compreende a importância do próximo no convívio social, estimulando, além da convivência em grupo, o respeito aos amigos, familiares e professores. Além disso, ela conhece os limites e também aprende a superar dificuldades. O esporte tem a capacidade de integrar crianças e jovens na sociedade, transformar suas vidas e reduzir preconceitos e estereótipos.
Por isso, a prática esportiva é promotora de qualidade de vida, transformação social e de construção da cidadania.
Com estes propósitos, o Esporte está presente na Educação Metodista, nos 15 Colégios (no link ao lado ainda não consta o site do Colégio Metodista de Altamira, Pará) desde as aulas de Educação Física, oficinas extracurriculares na área esportiva, até equipes formadas para participarem de torneios.
Por exemplo, o Colégio Izabela Hendrix, em Belo Horizonte (MG), promoveu o Izabela Olímpica, que envolveu todos os alunos em competições esportivas e solidárias. Além disso, o Colégio tem uma parceria com a Federação de Esportes Estudantis de Minas Gerais (FEEMG), na qual os alunos atletas treinam diariamente e compõem equipes de competições esportivas oficiais. Esta parceria os leva a disputar os Jogos Mundiais Escolares, a Gymnasíade, sempre obtendo bons resultados.
Falando em Gymnasíade, alunos das oficinas de esportes do Colégio Metodista em São Bernardo do Campo (SP) também participaram da edição deste ano, na modalidade ginástica rítmica. Outro grupo foi destaque no xadrez, no Circuito Escolar da região. Também há uma aluna do Ensino Médio que compete oficialmente nos campeonatos de Judô pelo país, obtendo constantemente posições de destaque.
No Colégio Granbery, em Juiz de Fora (MG), os Jogos Interclasses são uma tradição. Já na 46ª edição, costuma ser um dos pontos altos do ano entre as atividades.
Já no Colégio Piracicabano (SP), os esportes olímpicos são até mesmo uma forma de se desenvolver o idioma inglês. Além disso, o futsal é uma modalidade que faz parte do projeto pedagógico do Colégio.
No Rio Grande do Sul, o Colégio Americano, em Porto Alegre, trabalha constantemente modalidades diferentes com os alunos. Recentemente, eles conheceram o rugby, esporte que começa a ganhar mais espaço no Brasil. Em outra ocasião, os alunos receberam uma equipe chamada Gorillas, para terem aulas de futebol americano. O Colégio Centenário, em Santa Maria, apresentou aos estudantes o Ecoesporte, uma atividade de aproximação com o meio ambiente e que desenvolve o senso de orientação. Além disso, eles tiveram dias de pesquisas sobre as diferentes modalidades de uma Olimpíada.
Ainda no Sul, o pessoal do Colégio União, em Uruguaiana, participou de um curso especial com o técnico campeão da Super Liga Nacional de Vôlei, ex-treinador da seleção de Portugal e de equipes brasileiras, Jorge Schmidt, o Jorginho. O prédio do Instituto Educacional Metodista de Passo Fundo ficou todo iluminado de verde e amarelo para receber a Tocha Olímpica. O Colégio foi um dos pontos de revezamento do símbolo olímpico, quando este passou pela cidade.
No interior de São Paulo, O Instituto Noroeste de Birigui tratou da concentração e foco, quando convidou todos os alunos a participarem do projeto “Esgrima para Todos”. O pessoal do Instituto Americano de Lins se destacou nos Jogos Escolares do Estado de São Paulo (JEESP), com as equipes de Futsal e Vôlei.
Todos os Colégios possuem suas maneiras de manifestar a interação entre o Esporte e a Educação, seja pelo oferecimento das oficinas extracurriculares, ou pelo o que todo estudante gosta, os Interclasses, que foram o fechamento do primeiro semestre no Colégio Metodista de Ribeirão Preto, também em São Paulo, ou pela realização de eventos com toda a comunidade escolar e familiares, como no Colégio Metodista de Itapeva, celebrando uma festividade com o projeto “Olimpíadas na Escola”.
Em breve, traremos novas matérias com informações sobre as relações sociais e educacionais com o Esporte, além de curiosidades sobre os Jogos Olímpicos. Fique atento ao site e às redes sociais do seu Colégio.
*De olho na gramática: A forma correta para fazer referência ao famoso evento olímpico mundial é Olimpíada, no singular. O termo “Olimpíadas”, no plural, faz referência a um conjunto de eventos, a mais de uma Olimpíada, ou quando se faz referência aos eventos de um modo geral. Por exemplo: “este atleta conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de 2004, 2008 e 2012”, ou ainda, “ele foi responsável pelo retorno das Olimpíadas nos tempos modernos”. Portanto, a edição que acontecerá no Brasil é denominada Olimpíada do Rio de Janeiro. Para tratar de uma Olimpíada específica em um texto e for necessário o uso do plural, pode ser empregado o termo “Jogos Olímpicos”.
Referências
TUBINO, Manoel José Gomes. As dimensões sociais do esporte. SP, editora Cortez, 1992.
PICOLO, V.L.N. (org.). Pedagogia do esporte. Campinas: Papirus, 1999.
RUBIO, Katia. Jogos Olímpicos da Era Moderna: uma proposta de periodização. ev. bras. educ. fís. esporte (Impr.), São Paulo, v. 24,
Ministério do Esporte: www.esporte.gov.br.