Bons alunos, bons mestres!
“Pode, porventura, um cego guiar a outro cego? Não cairão ambos no buraco? O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre.” Lucas 6:39-42
A Bíblia nos revela alguns princípios fundamentais da vida em todos os sentidos. O texto acima citado nos fala sobre a relação entre mestres e discípulos ou alunos. O princípio estabelecido no texto, tanto podemos relacionar a educação formal escolar ou universitária, como também podemos relacionar com a educação familiar, pais e filhos. Mas também podemos relacionar com a religião e seus líderes e seguidores.
O texto inicia com uma pergunta: pode um cego guiar outro cego? Ou seja, como alguém que não domina algum assunto ou atividade pode orientar outra pessoa? Isto não faz sentido. É uma temeridade ter um mestre nesta condição. Faz-se necessário que alguém que venha instruir outra pessoa, tenha conhecimento do assunto que vai ensinar. Por outro lado, um aluno deposita plena confiança em seu mestre, pois espera que dele venha o esclarecimento necessário para o aprendizado que se propõe receber. Mas também o próprio aluno fica comprometido em ouvir, direcionar sua atenção e atender as solicitações do seu mestre. Ou seja, é uma relação de mútua responsabilidade de doação. Mas há um limite nesta relação, que é o conhecimento do mestre. Ele só conseguirá ensinar o que sabe.
A conclusão do texto é que todo aquele que for bem instruído será como o seu mestre. Esta frase fundamenta toda a relação que anteriormente comentei: que podemos fazer como relação à educação formal, mas também a educação no lar e o aprendizado religioso.
Queremos sempre um bom resultado dos nossos alunos, mas, para isto, precisamos ser bons mestres primeiro. Queremos sempre que nossos filhos sejam as melhores pessoas neste mundo, mas, para isto, precisamos ser os melhores pais também. Queremos alcançar a Deus com a nossa religião, mas antes precisamos deixar que Deus nos alcance primeiro. Queremos bons mestres, mas somos bons alunos? Aqui está estabelecida a dualidade: ter e ser. O “Ter” fala do que queremos, do que temos necessidade e queremos ser supridos. O “Ser”, fala da nossa essência, do que somos constituídos. “Ter” é uma condição limitada, pois se temos algo que não sabemos usar, pouco valor terá o que se possui. Já o “Ser” tem um caráter permanente.
Ninguém pode esquecer o que se é. Não podemos nos desvencilhar do que se é e nem fugir. O “ter” e o “ser” são dois lados da mesma moeda. Não podemos “Ter” sem “Ser”. Se quisermos exigir o melhor, precisamos também ser o melhor. Assim, todos somos enriquecidos, todos somos valorizados e todos somos felizes.
Pr. Hércules
Pastoral Escolar e Universitária
Colégio Metodista de Bertioga