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A inquietude da vida

por marcello publicado 02/12/2016 09h53, última modificação 02/12/2016 09h53

Lucas 10.40-42

Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor:  Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa, Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.


Nas grandes cidades, podemos perceber como as pessoas vivem apressadamente. Sempre se tem algo para fazer, um problema para resolver e nos pegamos sempre correndo. Queremos dar conta das demandas de maneira rápida e queremos eficiência, queremos que tudo se encaixe de forma harmoniosa a nosso favor, é claro. Ainda há outro motivo. Muitas vezes corremos não porque queremos correr, mas porque estamos pressionados por outras pessoas e, assim, assumimos a pressa de outras demandas que não são nossas. Geralmente quando fazemos algo de forma apressada, as chances de que alguma coisa errada aconteça é muito grande. Mas pelo jeito, esta não é uma realidade nova dos tempos modernos, já no tempo de Jesus acontecia e ele próprio foi provocado a acompanhar a demanda dos outros.

No texto acima vemos Jesus como visita na casa de Marta e Maria, provavelmente as irmãs de Lázaro. Mas as duas irmãs tomaram atitude distintas uma da outra no momento que recebiam Jesus. Enquanto Marta se agitava de um lado para outro, servindo a mesa, Maria se sentou perto de Jesus para ouvir seus ensinamentos. Se considerarmos a questão cultural da época, realmente Marta estaria certa no sentido de que as mulheres cuidavam dos serviços da casa e se esperava que, com uma visita em casa, elas pudessem proporcionar o melhor para o visitante. Em um tempo que as mulheres não eram nem contadas em um grupo de pessoas, ver Maria sentada e participando da conversa com Jesus seria um absurdo. Porém, Maria identificou nos ensinamentos de Jesus algo que lhe importava muito. Ela precisava aprender, então toma esta atitude de ir contra a cultura da época para ouvir o mestre e, além disso, ela estava em sua própria casa. Quando Jesus foi questionado se ele não se importava com aquela situação, a resposta foi surpreendente. “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas...” e Jesus aponta que cada uma delas podia fazer as escolhas que quisesse. Mas Maria havia escolhido a boa parte e Jesus não irá tirar.

As escolhas que fazemos, são de nossa responsabilidade. Fazer escolhas em um momento de agitação é a pior atitude que alguém pode ter. Nossas escolhas precisam ser tomadas com serenidade, paciência e mansidão. Assim, dá tempo de pensar, escolher com critério e assim se decidir. Devemos ter cuidado com as nossas escolhas, pois somos os responsáveis por elas. Não adianta jogar em Deus os erros das nossas escolhas apressadas. Podemos aprender que “a pressa é inimiga da perfeição”. Se nossas escolhas não têm sido boas, vamos parar, pensar e, com calma, pedir a Deus que nos ensine a fazer escolhas e aprender com elas.

Pastor Hércules Araujo
Pastoral Universitária e Escolar