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As cores e o sabor da paz.

por admin publicado 02/12/2015 15h08, última modificação 02/12/2015 15h08

Bom é o sal; mas, se o sal vier a tornar-se insípido,

Como lhe restaurar o sabor?
Tende sal com vós mesmos e paz uns com os outros.
Marcos 9, 50

O tempo que nos toca viver está profundamente marcado pela guerra, violência e desafetos.
O conflito está presente de forma permanente, na nossa sociedade, como manifestação da diversidade de interesses e de cosmovisões.
Não existem soluções mágicas para os mesmos. Mas, existem mecanismos para resolvê-los de forma diferente, considerando os critérios da justiça, da liberdade, da fraternidade, da cooperação, do respeito, da solidariedade, da atitude crítica, do compromisso, da autonomia, do diálogo e da participação.
Para Jesus, a paz era entendida com o conceito da língua hebraica, do Shalom que significa ficar inteiro, ter vida completa, harmonia, saúde, alegria individual e coletiva
Outro dia, deram-me uma poesia que disseram ter sido escrita por uma menina de 10 anos. A poesia dizia assim:

Eu tinha uma caixa de cores
Mas não tinha o vermelho
Para o sangue dos feridos;
Nem o branco
Para as mãos e os rostos dos mortos;
Nem tampouco amarelo,
Para areias ardentes do deserto.
Tinha, entretanto,
Cor laranja
Para o amanhecer e o crepúsculo...
O azul celeste
Para os novos céus.
E a cor rosa
Para os sonhos dos jovens.
Sentei e pintei a paz.

Essa menina entendeu o que é a Paz.
Não basta a frieza do branco sobrepondo a escuridão. Não basta a hegemonia do branco.
Faz-se necessário o calor de todas as cores, construindo um mundo novo.
Rubem Alves, uma vez escreveu:
“Não. Não lutaremos contra as armas, porque é necessário destruí-las primeiro para gozarmos a paz depois. É porque já experimentamos o aperitivo de um Reino, onde não há nem lanças e nem espadas, e derretê-las para transformá-las em arados e podadeiras, é algo tão natural como respirar ou sorrir. Algo gratuito, que continuará a ser feito, ainda que totalmente inútil.
Não. Não lutaremos para preservar a mãe natureza porque isto é meio necessário para garantirmos o mundo dos nossos filhos. Ainda que nós saibamos de antemão, derrotados, continuaremos a abrigar os pássaros e os peixes, a defender as árvores e os campos, porque eles são carne da nossa carne. É bom senti-los como nossos amigos.

Não. Não lutaremos contra a mentira porque uma nova sociedade exige que a verdade seja dita. É que o mundo que experimentamos é de clareza e transparência, e ainda que saibamos que a verdade poderá significar nossa morte, não temos alternativa. Continuaremos a dizer a verdade inútil e impotente como testemunha. Porque é bom fazê-lo e o nosso coração se alegra com isto."
Pensando assim, podemos entender as palavras iniciais do Evangelho: Tenham sal em vocês mesmos e vivam em paz uns com os outros...
Do sal basta uma pitada para que o alimento tenha sabor. Bastam pequenos gestos fraternos, solidários, respeitosos para vivermos em paz uns com os outros.
Na insistência dos pequenos gestos, dizemos não à guerra e à violência e explicitamos nosso desejo de vida plena para todos e todas.
Desejamos a Paz.
Pastoral Universitária e Escolar.