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A educação das relações

por admin publicado 02/12/2015 15h08, última modificação 02/12/2015 15h08

 

“Nenhuma quantidade de água pode apagar o amor
e nenhum rio pode afogá-lo. Se alguém quisesse
comprar o amor e por ele oferecesse as suas
riquezas receberia somente o desprezo”.
(Cantares 8,7)

A educação é uma experiência profundamente humana, onde todas as pessoas se educam e só o fazem umas com as outras. Pois, desde o seu nascimento, somos uma possibilidade de um ser precisando de outros seres humanos para nos tornar humanos. Portanto, nesse sentido, a educação significa cuidar do projeto humano. Cuidar porque a sociedade suplica por uma nova cultura de tolerância e de não violência para que a vida boa e feliz aconteça na comunhão amorosa. (Atos 4.32) 
Mas, hoje, como a escola pode atender aos desafios de uma sociedade em que seus cidadãos não são éticos? Ou onde o respeito mútuo, o diálogo e o amor cedem lugar à legitimação do autoritarismo e da violência?
Assim, a realidade pede, com urgência, que a escola repense as relações humanas porque só haverá futuro se formos, no presente, guiados pela fraternidade e pela compaixão? (Mateus 5,9)
A nossa escola responde com projetos que reafirmam o respeito pelo outro, pois crê que as suas ações pedagógicas dependem da vontade humana e do amor que encontra-se radicado no outro que é o meu próximo. Como escola, o que nos cabe é a arte de exercitar a alteridade, de assumir a responsabilidade por aquilo que somos, pelo modo como agimos e por qual mundo somos responsáveis.
Conforme a pensadora Hannah Arendt, é o exercício da alteridade que leva o homem a assumir a responsabilidade pelo mundo e pensar sobre o mundo que quer ser responsável. Essa autora, que dialogou com os dilemas morais, filosóficos e políticos do século XX, possibilita-nos, através da análise do que seja o amor, a liberdade e a autoridade, pensar sobre a felicidade. Uma felicidade que se dá no cultivo de sentimentos públicos como fruto do esforço contínuo de levar em consideração os pontos de vista alheios e a pluralidade de opiniões.
Em resposta às urgências sociais, a escola pode realizar esse exercício de alteridade quando pensa a sua proposta educacional como um projeto que educa as relações humanas. Exemplos desse projeto são ações onde a família e a escola apostam nos valores éticos da justiça, do amor e da partilha.

Profa Horizontina Canfield
Maio/2006