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Ser ‘odiada’ pelo filho é parte de ser uma boa mãe, afirma psicólogo

por anrsanto publicado 31/05/2017 05h00, última modificação 31/05/2017 09h24
Ser ‘odiada’ pelo filho é parte de ser uma boa mãe, afirma psicólogo

Toda mãe já ouviu, no mínimo, uma centena de vezes, que impor limites faz parte do ato de educar. “Quantas vezes uma mãe precisa dizer ‘não’ para o filho ou para a filha por dia? E seria possível contar as exigências que ela faz, diariamente, para que os filhos se dediquem aos estudos, sejam higiênicos, aprendam a usar talheres, aprendam a respeitar, se tornem honestos e, com o tempo, pessoas de mérito?”, questiona o psicólogo clínico Bayard Galvão, de São Paulo.

Ele diz que os filhos, ao dizerem ‘te amo’ e gritarem ‘te odeio’, demonstram que foram agradados ou desagradados e pondera: “Eles se manifestam tal qual um adulto, com a diferença de que as crianças precisam ser formadas, preferencialmente, com os valores dos pais”.

Baynard conta que não foram poucas as vezes em que viu uma mãe chorando desesperadamente ao ouvir do filho ‘te odeio!’ após ter tirado o videogame porque ele precisava estudar para uma prova; ou porque tirou da filha o Whatsapp por ela ter destratado os avós.

“Educar é formar o espírito-caráter do filho ou filha, e faz parte dar limites, impor respeito e exigir – o que é impossível sem desagradar. Quanto tempo demora para o filho ou filha perceber e valorizar os esforços da mãe?”, destaca.

A melhor forma de a mãe se aproximar dos filhos e ser amada por eles, segundo o psicólogo, é achar e desfrutar de prazeres comuns, além de ser afetuosa com abraços, gestos, cuidados e palavras. “Por outro lado, quando necessário (algo que decresce com os anos), desagradar no presente, para evitar sofrimentos desnecessários no futuro, e no próprio presente também”, afirma.

Segundo o psicólogo, ser mãe é tarefa exigente, uma das mais complexas que qualquer mulher pode decidir ter na sua vida. “Uma mãe pode apenas ser julgada de maneira adequada pelos seus filhos depois dos 20 anos de idade deles, quiçá, nunca. Pois, para julgar a maternidade de quem lhe orientou no mundo desde bebê-criança, é preciso o mínimo de maturidade”, afirma.

Baynard destaca ainda que ser uma boa mãe não é, necessariamente, representado pelo amor do filho ou filha por ela. “Entretanto, ver o filho ou filha sendo felizes, já seria a recompensa para quem ama. E, por que não ser amada também apenas por uma questão de justiça?”, acrescenta.



Texto: Assessoria de Comunicação e Imprensa Unimep
Coordenação: Celiana Perina
Fotos: banco de imagens
Última atualização: 31/05/2017