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31 de outubro: dia da Reforma Protestante do século XVI

por fernanda.kian publicado 31/10/2018 17h22, última modificação 31/10/2018 17h22

Hoje, 31 de outubro, estamos lembrando e celebrando 501 anos da Reforma Protestante iniciada em 31 de outubro de 1517, por Martinho Lutero.

Um século antes de Lutero, João Huss (1369-1415), natural da Boêmia, liderou também um movimento de reforma religiosa na Europa, mas foi condenado à morte por isso. Hoje, na cidade de Praga, na atual República Tcheca, há um importante e famoso monumento que registra a memória da morte de João Huss, queimado vivo, em praça pública, em 1415.

Lutero, cerca de cem anos depois de morte de Huss, inicia um novo movimento de reforma religiosa, com a intenção clara de levar a Igreja Católica Apostólica Romana e suas principais lideranças eclesiásticas, religiosas e políticas a uma reflexão sobre suas doutrinas e práticas, entendendo que a Igreja havia se afastado dos elementos doutrinários principais do Evangelho de Cristo e que precisava passar por uma transformação e renovação.

O epicentro da ação reformista de Lutero foi a Alemanha, especialmente a cidade de Wittenberg, onde, na data de 31 de outubro de 1517, ele fixou, na porta da Igreja do Castelo, suas 95 teses, convidando o povo e as autoridades da Igreja Católica para um debate acerca de suas proposições.

De um modo geral, suas teses questionavam algumas doutrinas e práticas da Igreja da época, mas, sem dúvida, o foco central de suas críticas e de sua análise era o tema da venda das indulgências, que eram cartas de perdão vendidas pelas autoridades eclesiásticas ao povo, que buscava o perdão de Deus para seus pecados.

Na época, a Igreja criou essa metodologia e percebeu que era uma excelente fonte de enriquecimento de seus cofres, pois o povo, iludido pela pregação da Igreja, procurava as autoridades eclesiásticas para comprarem suas cartas de perdão, ávidos por salvação e perdão de Deus.

Lutero se levantou contra essas práticas e, de seu movimento inicial, muitas outras reações foram desencadeadas. Ele teve também o apoio de autoridades de sua Nação, que hoje é a Alemanha, que também aspiravam por uma liberdade maior do peso e do jugo da autoridade papal sobre o Estado. Essas autoridades protegeram Lutero, pois viam nele uma voz estrategicamente importante para ajudar a promover o nacionalismo da nação alemã, em busca da liberdade da influência e domínio da Igreja sobre o Estado.

Somaram-se ao movimento de Martinho Lutero outros grandes reformadores, como Ulrico Zwinglio (1484-1531), teólogo suíço, e João Calvino (1509-1564), teólogo francês, com grande atuação na Suíça, especialmente em Genebra, durante todo o movimento de implantação da reforma protestante, além de outros, que levaram o movimento reformista a se espalhar por vários países da Europa, sobretudo França, Suíça e Inglaterra, além da própria Alemanha.

Hoje celebramos 501 anos da Reforma Protestante do século XVI. Um movimento que nasceu de uma aspiração religiosa de Lutero, em busca de liberdade, em defesa do conhecimento da Palavra de Deus para todo o povo, propondo que todas as pessoas pudessem ter acesso ao texto bíblico e não apenas os líderes religiosos do seu tempo.

Como um resumo temático da pregação de Lutero, seu movimento propunha algumas bases que foram estabelecidas gradativamente ao longo da história da implantação do movimento reformista, a saber: Glória somente a Deus; Somente a Fé; Somente a Graça; Somente Cristo; Somente as Escrituras.

Hoje, todos nós, evangélicos e protestantes do século XXI, somos, de uma forma direta ou indireta, filhos e filhas da Reforma Luterana do Século XVI, a partir das Igrejas Reformadas que se originaram do movimento inicialmente liderado por Martinho Lutero e os demais reformadores do Século XVI.

Pastor Antonio Carlos Ferrarezi
Pastoral Escolar e Universitária
Educação Metodista