Dia Nacional da Inclusão Social - 2021
“E não tomeis a forma do mundo que vos cerca, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rom.12:2 – Adapt.)
Esta data foi criada com objetivo de conscientização sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, oportunidade para refletirmos sobre a importância da inclusão social.
A história da humanidade evidencia, com muita clareza, que nenhuma sociedade se torna eficiente e eficaz se não favorecer em suas áreas da convivência humana a qualidade daquilo que é diverso, a saber, o respeito à diversidade que a constitui. Um país alcança pleno desenvolvimento ao garantir a todos, e em todas as etapas da existência humana, condições de vida de qualidade.
Reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades, há inclusão. Se aprendemos a excluir, podemos também se preparar para incluir!
Há de se construir um novo tempo para transformar essa realidade, pois o ato de incluir vai além de dar acesso, envolve a capacidade das pessoas em lidar com o que não conhecem. E para isso é preciso aprender e perceber através de si, o outro semelhante e diferente.
Um dos mandamentos que encontramos na Bíblia, no evangelho de Mateus 22:39, nos ajuda nessa reflexão quando diz: “ama o próximo como a Ti mesmo”. Este trecho bíblico nos mostra que é preciso conhecer e conviver com o outro.
Portanto, se a exclusão ainda é algo evidente na sociedade atual, é latente se relacionar com o diferente e com as diferenças nos grupos de amigos, escola, família ou igreja; onde quer que seja.
Atitudes inclusivas são exercícios permanentes de cultivo aos valores de igualdade e união em realizar por uma causa comum. É preciso descobrir a melhor estratégia de para internalizar aquilo que não era conhecido antes, se apropriar do viver com o outro que tem algo que eu não tenho e vice-versa.
A educação - em especial a cristã, é uma das ferramentas pelas quais a sociedade é imersa em uma cultura, se constrói e humaniza. Dentro deste coletivo, algumas pessoas carregam o preconceito e ausência de amor, além da determinação da inacessibilidade pública, três pontos responsáveis por impossibilitar a inclusão. Atitudes preconceituosas podem formar pessoas desumanas e prejudicar relacionamentos, muitas vezes, gerando egoísmo e agressividade.
A inclusão é a tomada de consciência do indivíduo como cidadão, do pertencimento, reconhecimento e do respeito à dignidade humana.
Em I Coríntios 12, o apostolo Paulo fala da igreja como um corpo. Neste texto, saberes sobre a diversidade são ensinados e levam à tomada de consciência das semelhanças e à interdependência entre todos os seres humanos, um novo tempo, do viver a inclusão: “Diferentes partes do corpo, mas cada um com sua tarefa e valor. Somos valorizados por Deus. Ele nos oferece amor, respeito, e demonstra que é com amor que somos chamados a viver juntos”, segundo Costa Renders.
Reiterando, precisamos aprender a conviver juntos, amar o próximo! É necessário saber compreender o próximo, entender que o outro é diferente e conviver com essas diversidades.
Não é só conhecimento teórico, mas também o fazer com que todos se integrem à sociedade que se mobiliza para uma mudança advinda de um plano de inclusão, construído democraticamente e eliminando a exclusão.
Aprender a ser é um poder de transformação social. Passamos a conviver juntos, a viver em um mesmo espaço de integração entre família, escola, trabalho, etc. Somos resultados destas relações compostas por diversidade de pessoas, culturas, ideias, valores, línguas, raças, cada um com necessidades especificadas, identidades e características próprias com um proposito único, o melhor em todos. Cada cidadão exercitando viver junto nele e por meio dele, atos e comportamentos serão contemplados ou vão se refletir na coletividade, com ação direta na sociedade. O olhar da diversidade humana enxerga várias dimensões do indivíduo.
A inclusão requer o “aprender” a ser para o desenvolvimento total da pessoa, a saber: corpo, alma, e espírito. “Nossa vida é dom sagrado, na partilha com outras pessoas e com Deus. Ninguém vive somente para si, já que é na relação interpessoal que tornamos a vida digna, com respeito e afetividade. Esses são os pressupostos para que os relacionamentos sejam princípios de vida. No cumprimento da ordem para que todos tenham a vida e a tenham em abundância (João 10:10) – Adapt.”
É preciso fazer visível o compromisso humano na implementação dos apoios necessários ao pleno e efetivo na equiparação de oportunidades para que a deficiência não seja utilizada como impedimentos à realização de sonhos, desejos, projetos. Assim como o Deus que acolhe todos em seu Reino, que a humanidade toda possa ser acolhida na sociedade atual em todas as instâncias da vida, abordando aspectos emocionais, sociais, cognitivos e intelectuais.
A participação da escola, igreja, família, governo, não pode ser uma simples manifestação retórica ou uma prática aberta a iniciativas aleatórias. Ela deve ser organizada, democrática, visando atender às necessidades sociais.
“Não me preocupo com o que vai acontecer daqui a cem anos. Aquele que governa o mundo antes de eu nascer cuidará igualmente, quando eu estiver morto. A minha parte é melhorar o momento presente”, John Wesley, In: Siqueira, em citação na Revista Caminhando. A nossa parte é melhorar o momento presente.
A inclusão trata de aprender a viver com o outro. É dar lugar a diversidade, é considerar a singularidade, abandonar estereótipos, é aprender e viver o amor de Deus.
Olivia R. L. Neli
Coord. Pastoral Escolar – IMED
Pastora Instituto Americano de Lins