Amizade e o estar junto
Cada tempo possui sua cultura e particularidades e no tempo de minha mãe, quando a televisão estava apenas iniciando suas atividades aqui no Brasil, ela conta que existia mais proximidade com vizinhos e amigos. Uns frequentavam a casa dos outros, reunindo-se na sala ou varanda onde teatro, músicas e poesias tomavam conta do ambiente. Conversas recheadas de alegria e compartilhamento de sonhos e expectativas para o futuro faziam parte das reuniões. Também conta que com a chegada da televisão no bairro, ao visitar a casa dos amigos para continuar com a cultura do encontro, estes estavam com os olhos fixos na tela que mostrava pessoas convivendo nas cenas das telenovelas. O centro passou a ser a televisão e o convívio foi deixado de lado.
Sabemos que desde o tempo de minha mãe a tecnologia evoluiu rapidamente e que somos dependentes dela para quase tudo. Até mesmo para mantermos contato com nossa família e amizades. Mas não percebemos o quanto nos distanciamos uns dos outros apesar da falsa noção de proximidade que as tecnologias nos dão. Elas nos oferecem meios para o contato virtual, mas estamos desaprendendo a conviver, conversar, escutar com atenção e ao toque afetuoso. Conseguimos trocar mil mensagens pelo celular, mas quando encontramos as pessoas frente a frente, temos dificuldades em manter uma conversa. Amigos se reúnem em uma lanchonete e, ao invés de conversarem, ficam em silêncio clicando em seus celulares com outros amigos que ali não estão. Será que só eu acho tudo isso estranho?
Desejo que nos esforcemos cada vez mais em renovar nossa maneira de sermos amigos/as. Que possamos trazer as pessoas realmente para o nosso convívio e que o virtual seja apenas uma ferramenta para mantermos laços cada vez mais fortes e duradouros na vida que Deus espera que vivamos, que é do encontro, do abraço, da partilha e apoio mútuo.
Tábita Rotter Cavalheiro
Agente da Pastoral Escolar
Colégio Metodista Americano