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Um amor que se constrói com laços do coração

por marcello publicado 10/05/2019 16h50, última modificação 10/05/2019 16h50
Um amor que se constrói com laços do coração

“Enquanto os soldados cuidavam deles mesmos, a mãe de Jesus, a tia dele, Maria, esposa de Cleopas, e Maria Madalena permaneceram ao pé da cruz. Jesus viu sua mãe e o discípulo a quem ele amava perto dela. Ele disse à sua mãe: “mulher, aí está seu filho”. E disse ao discípulo: “aí está sua mãe”. A partir daquele momento, o discípulo a aceitou como mãe” (João 19.24-27).

O cenário era difícil para este dia de despedida. Uma parte da família estava lá reunida aos pés da cruz, vivenciando, juntos, aquele terrível momento de dor. Uma mãe, possivelmente viúva, permanecia ali observando o que faziam a seu filho mais velho. Impossível não se compadecer diante de tamanho sofrimento e entrega. Jesus estava sendo crucificado como um criminoso perante parte de sua família, bem como de discípulas e discípulos que acompanhavam mais de perto e outros que mantinham distância tomados pelo medo.

Seus irmãos não estavam lá, já que não acreditavam em seu ministério, também não fariam companhia neste momento (João 7.5). No entanto, Jesus podia contar com pessoas que confiavam Nele e dedicariam suas vidas empenhadas em anunciar o Evangelho a todas as pessoas e tornando visível a Sua morte na cruz. O discípulo João, que antes estivera à mesa da ceia, em momentos celebrativos, agora está ao pé da cruz, parado ao lado da mãe de Jesus, possivelmente amparando esta mulher que chora a dor de seu filho.

O primogênito de sua família estava prestes a morrer e, para aquele povo, este era responsável por sua família, já que possivelmente José, seu pai, havia falecido. No entanto, Jesus não entrega esta responsabilidade a seus irmãos de sangue, mas compartilha com aquele que criou laços de coração, de amizade íntima. Aos cuidados de João, ele entrega sua mãe. Daí em diante o discípulo amado, provavelmente sobrinho de Maria, deverá ser como filho para ela e tratá-la como mãe, assumindo este papel de comprometimento e responsabilidade.

Ali, aos pés da cruz, tanto Maria quanto João perdiam. Ela perde a presença física, o cheiro, o abraço, o contato diário com seu filho. E ele perde a boa companhia de um grande amigo. Em contrapartida, ambos encontram nesta perda a possibilidade de enfrentarem o luto juntos. Maria ganha mais um filho e João, outra mãe. Um vínculo materno que se constrói com o coração aos pés da cruz. Jesus resgata a proximidade humana em meio à dor, revelando que os laços mais profundos de amor se erguem nas alegrias e se descobre nas dificuldades da vida. Encontramos neste texto narrado por João, que Jesus mantém um zelo imenso com sua mãe, estreitando os laços entre o primo, João e sua tia, Maria. Para aquele que estava à beira da morte, que também significava vida – projeto de Deus para a humanidade – é libertador saber que o laço de solidariedade permaneceria para além daquele momento de sofrimento e dor.

Em tempos onde cada um cuida de si, ao mesmo tempo em que não cuidamos de ninguém, é importante aprendermos com estas pessoas e entender que os vínculos familiares se constroem com a vida e não apenas com sangue. A maternidade se faz presente, quando amamos, quando servirmos, quando nos dispomos a estar juntos, independente do parentesco sanguíneo. Devemos resgatar a nossa humanidade e olharmos para além da nossa própria condição. Podemos ser família para quem sofre só. Desafie-se! Feliz dia das pessoas que escolheram seguir juntas o caminho da vida e construindo laços de maternidade! Deus abençoe!


Maternidade...

A maternidade nos transforma,

Transforma nosso corpo,

Nosso sono,

Nosso descanso,

Nossas horas.

A maternidade nos revela a vida,

Gerada de si.

Do coração,

De laços.

A maternidade abre nossa mente,

Revela-nos quem somos,

Muda nossas prioridades,

Nos faz mais sensíveis.

A maternidade nos leva a entendermos o amor de Deus

de forma mais profunda.

Um amor renunciado, um amor que entrega, mesmo quando quer ficar!

A maternidade tira nossas máscaras,

Bagunça nosso cabelo,

Mostra a profundidade do nosso ser,

E nos enche de coragem.

Aliás, é preciso coragem para se continuar a vida,

Quando quem nos torna mãe já não está mais com a gente.

Na verdade, a maternidade nunca nos deixa, e nem deixará.

Porque o que nos faz mãe é o amor e esse jamais acaba!


Pastora Fabiana de Oliveira Ferreira
Pastoral Escolar e Universitária
Universidade Metodista de São Paulo