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Como Compreender Este Tempo

por admin publicado 02/12/2015 15h56, última modificação 03/12/2015 14h30

O período pascal é um dos períodos mais importantes e significativos do calendário cristão. Novamente, Deus nos desafia a viver a experiência da Páscoa, utilizando-a em nossas vidas e experimentando a sua ressurreição sobre a morte que nos rodeia, isto é, estamos sendo convidados para uma vida de tolerância e de não-violência. A Vida acontece na comunhão amorosa. (Atos 4,32-35)

A mensagem do período da Quaresma (os quarenta dias antes do domingo de Páscoa) diz muito mais do que estamos preparados para ouvir. Na tentação de Jesus, Deus lhe revela uma realidade desafiadora mesmo sem a compreensão de qual seria a saída possível. O sacrifício de Jesus afirma a realidade: não da sobrevivência da nossa sociedade de consumidores e consumidos, mas da utopia que há de vir; não do nosso poder de agarrarmo-nos à existência, mas do poder de Deus de tornar as situaçes, as coisas e as pessoas novas, de começar tudo de novo com a humanidade. O período anterior à Páscoa é isso. Deus mostra a sua força.(Ex 15,5). Mais adiante, na história, a morte fica no ridículo porque Jesus não permanece no túmulo.(Lc 24,13-35)

Um recorte da Páscoa, para a construção de uma cultura de tolerância, exige olhar a prática de Jesus onde há a revelação concreta do Reino de Deus. Jesus está inserido na sociedade do seu tempo, consciente de todo tipo de violência que o seu povo sofre (Lucas 1.4). Ele sonha com a plenitude da vida para todas as pessoas.

O milagre de Deus na Páscoa é este: Ele nos quer livres das opresses... Prontos a estar ao lado dos injustiçados e machucados... Livres dos túmulos... Vamos imitar o gesto gratuito de Deus. Um Deus Pai e Mãe que, desde Abraão até Jesus, sempre abominou qualquer sociedade que se torna violenta porque coloca como alimento da sua engrenagem o sacrifício humano. Isso requer coragem e audácia. Coragem para proclamar o sentido universal do amor de Deus e audácia para pensar em açes, por exemplo, para os milhes que são sacrificados violentamente pela fome e pobreza.

Viver este tempo, de preparação para a Páscoa, é pensar neste exercício de cidadania: qual é o outro que me motiva a ter gestos de tolerância? Como construir relaçes fraternas e de compaixão? Por que sermos pacificadores nesses tempos? (Mt 5,9).

Horizontina Canfield
Agente de Pastoral - 13/02/2005