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Pós-verdade é tema de debate no Ensino Médio

por marcello publicado 02/05/2017 12h13, última modificação 10/08/2017 12h04
Pós-verdade é tema de debate no Ensino Médio
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Os alunos do Ensino Médio participaram, na última semana, de um debate sobre um assunto complexo: “A pós-verdade nas mídias sociais”. Conduzido pelos professores Pedro Luiz Pantaleão Filho e Andréa Antonialli, o debate tratou desta questão que, sem muitos perceberem, faz parte do dia a dia principalmente dos usuários da internet, mas não em um bom sentido.

O termo “pós-verdade” foi trazido pela Universidade de Oxford, Inglaterra, que anualmente elege a “palavra do ano” pelo Oxford Dictionaries (Dicionários de Oxford). Tal termo é um adjetivo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Em outras palavras, é quando a sociedade prefere acreditar em boatos e não nos fatos, algo que é potencializado pelo grande uso e velocidade de compartilhamento das redes sociais, atingindo amplamente uma população.

A palavra foi eleita pelo dicionário britânico no ano de 2016 e ainda segundo a Oxford, o termo foi empregado pela primeira vez em 1992 pelo dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich, em um ensaio para a revista The Nation, mas ganhou força em 2016 em razão de acontecimentos políticos relevantes, que tiveram desfechos influenciados pelas pós-verdades espalhadas nas diversas mídias.

Dois dos grandes exemplos de tais acontecimentos foram a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o referendo que decidiu pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia, apelidada de “Brexit”.

Em ambos os casos houve grande uso de boatos que influenciaram os eleitores, como o de que a permanência na União Europeia custava à Grã Bretanha US$ 470 milhões por semana e que existia a possibilidade de ocorrer uma invasão de refugiados turcos no país, se o “Brexit” não fosse aprovado. No caso das eleições nos Estados Unidos, foi disseminado o boato de que Barack Obama (o então presidente e contrário à eleição de Trump) é fundador do Estado Islâmico e de que os Clinton (a concorrente direta de Trump na ocasião era Hillary Clinton) haviam assassinado um assessor em 1993, além de ter sido propagado que o Papa Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump.

No Brasil, são diversos os exemplos de pós-verdade e em diversas áreas, como o caso que vem sendo espalhado há alguns anos e muitas pessoas ainda afirmam ser verdade que o filho do ex-presidente Lula é o dono do frigorífico Friboi. A empresa é, na verdade, de propriedade do Grupo JBS, fundado por José Batista Sobrinho e atualmente é administrado por seu filho, José Batista Junior.

Por razões como estas é sempre válido lembrar que toda informação deve ser apurada, que tudo o que está no Facebook e outras redes sociais precisa ser verificado se também são divulgados por portais de notícias oficiais ou mesmo com as fontes verdadeiras. É importante ressaltar que nem sempre algo que foi compartilhado na timeline do seu amigo de confiança é verdade.

Confira as fotos do debate (passe o mouse para avançar as fotos):


Debate sobre "pós-verdade" - Ensino Médio - 2017  

Também é possível acessar o álbum de fotos aqui.