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Limite no uso da tecnologia, redes sociais e diálogo da família foi o que rolou no "Altos Papos”

por marcello publicado 14/10/2016 18h37, última modificação 17/10/2016 09h44
Limite no uso da tecnologia, redes sociais e diálogo da família foi o que rolou no "Altos Papos”
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Tecnologia, redes sociais e seus benefícios, riscos e o uso que se faz delas. Esta foi a conversa da edição do “Altos Papos” que aconteceu na noite desta segunda-feira, 10 de outubro. O assunto foi debatido entre pais de alunos do Colégio Metodista e profissionais convidados para falar do tema. O encontro foi no auditório Sigma, da Universidade Metodista de São Paulo.

Para ajudar a tratar da pergunta “como acompanhar a vida do meu filho e a tecnologia?”, subtema desta edição, o “Altos Papos”, que tem o tema central do ano “Limites”, contou com Ana Maria Santana Martins, psicopedagoga, pedagoga, consultora empresarial, coordenadora de cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Metodista de São Paulo e autora do livro: Postura Profissional do Educador e do livro infantil "O que eu faço com essa tal de Boas Maneiras"; Bárbara Caruso Zelinski Gritti, engenheira da computação com ênfase em Software, gestora de projetos (PMP), gerente de TI da Educação Metodista, responsável técnica pela implantação do projeto ADAPTA, tablets e infraestrutura de TI nos Colégios da Educação Metodista; e Bruno Tonhetti Galasse, sócio-fundador da Casa da Joanna [Trans]formação Educativa, professor da UMESP nas áreas relacionadas à Educação, Comunicação e Tecnologia, mestrando em Educação, especialista em Educomunicação, licenciado em Pedagogia, bacharel em Comunicação Mercadológica e pesquisador na áreas de Educação, Comunicação e Tecnologia.


Netiqueta

Netiqueta foi o termo usado pela professora Ana Maria para falar sobre “ética e etiqueta” na internet, para abrir o bate-papo da noite. A professora foi logo avisando que a palavra “Netiqueta” não foi definida por alguma autoridade no assunto, mas criada pelos próprios usuários de internet ao longo dos anos, para fazer referência à etiqueta na internet. E foi exatamente sobre a postura das pessoas na “web” que Ana Maria tratou.

Ela lembrou a todos que, por mais que a internet ofereça um “anonimato” quando estamos atrás de um computador ou de um celular, não deixamos de estar em um espaço de convívio e, na maioria dos casos, estamos nos comunicando com pessoas que conhecemos ou que são do mesmo ambiente de convívio, como trabalho, escola, entre outros. “Com este ‘anonimato’, é muito comum que discussões atinjam níveis que, na realidade, não atingiriam. É importante estar inteirado de fatos verdadeiros, antes de fomentar uma discussão, estar ciente dos reais acontecimentos. Lembre-se que a internet é um espaço de convívio como qualquer outro e o bom senso deve sempre falar mais alto”, alertou.

Com isto, Ana Maria lembrou outro fator importante: “a internet tem suas limitações na hora de imprimir as emoções. Por isso, deve-se ter cuidado com a forma como se escreve e o que se escreve, porque podemos passar uma ideia errada do que estamos querendo dizer”. Ela ainda completou com outro alerta, dizendo que “é importante estar atento à maneira que você se porta na internet, para que ela seja um espaço de aprendizado, compartilhamento saudável e boas relações e para que se preserve a privacidade do seu trabalho, escola dos seus filhos e sua família”.


Tecnologia: o melhor e o pior

Em seguida, Bárbara Gritti assumiu a conversa, trazendo outras questões: “tecnologia para crianças e adolescentes: o melhor e o pior”, para abordar como recursos podem ser bons por um lado e ruins por outro. Ela citou aspectos como as pesquisas online, que podem ser feitas em fontes confiáveis, trazendo bom conteúdo, como em fontes duvidosas; as crianças e adolescentes podem entrar em grupos por afinidades de assuntos nas redes sociais, bem como sujeitas ao mau uso, ao bullying virtual ou ter uma exposição demasiada; há possibilidades de conexões globais e multiculturais, mas também o risco de captura de informações particulares; entre outros.

“Há muitas possibilidades positivas por causa das tecnologias e da internet, que trazem benefícios, conhecimento e resultados mais rápidos. Não é necessário privar nossos filhos do contato com a tecnologia, mas nós, pais e mães, precisamos estar cientes de toda forma de exposição e buscar o uso moderado”, disse Bárbara.

Ela ainda fez uma observação importante. “Perante todas as coisas que se abrem diante de nossos filhos no universo tecnológico, a nossa obrigação, como pais e mães, é acompanhara a vida dos filhos. Ninguém os conhece como nós”. Assim, Bárbara pontuou algumas ações que podem ajudar a otimizar esta exposição às tecnologias e manter a segurança, como estar atualizado das novidades. “É importante saber o que prende a atenção deles, o que está na moda, para ter condições de acompanhá-los, ter assunto com eles”, disse.

Além disso, ela reforçou alguns cuidados básicos que sempre existiram e não devem “cair de moda”, como: saber quem são os amigos dos filhos, saber em que comunidades virtuais estão inseridos, sites de preferência, aplicativos que estão utilizando, pesquisar os recursos de tecnologia que são lançados e que eles podem ter acesso, ou seja, cuidados semelhantes aos do dia a dia, em todos os aspectos.


Limites do uso da tecnologia

Quais os limites do uso da tecnologia? Com esta pergunta Bruno Galasse iniciou sua participação na conversa e, diante do contexto avançado da tecnologia nos dias de hoje, ele procurou simplificar um pouco esta questão de limite com a palavra “diálogo”.

“Hoje vivemos a sociedade da informação, mas não vivemos isolados. Estamos com nossas famílias, onde nos formamos, e também no convívio com outras pessoas. O que a tecnologia vem modificar um pouco é a constante novidade na mudança dos procedimentos das coisas que utilizamos. Se antes tínhamos a Barsa para fazer pesquisas, também era dela que muitos alunos faziam as cópias, os plágios para seus trabalhos. A diferença é que antes era mais trabalhoso copiar, porque era na mão. Hoje, temos a Wikipedia e outras fontes de pesquisa na internet e o aluno só tem que fazer o “CTRL+C e CTRL+V, o copiar e colar”, para copiar o trabalho”, comparou Bruno.

Ele também falou sobre as diferentes eras da sociedade. “Atualmente, produzimos muita informação. Por exemplo, qualquer busca feita no Google retorna milhões de resultados. E hoje, praticamente somos cobrados o tempo todo de saber das coisas, vivemos a era da informação. Pela sociedade ter passado por diversas eras é que existem diferenças. Não são apenas os mais velhos de hoje que muitas vezes acham um absurdo sobre algo diferente da atualidade. Há 100 anos, uma pessoa mais velha já achava um absurdo algo que fosse diferente, novidade naquele tempo”, explicou.

“Então, é complicado definir limites no uso da tecnologia, por estas razões. Não existe fronteiras, mas existe o diálogo. Sou muito a favor desse diálogo entre escola, família e a criança e o jovem. Às vezes é dado à criança ou jovem, a internet, um celular ou outro aparelho e depois é tirado, em alguns momentos pode e em outros, não pode. Então, eles não sabem o que pode ou não. Este tipo de limitação pode fazer com que, quando eles precisarem, sozinhos, não vão saber o que é melhor para a vida deles, pois sempre teve alguém que dizia ‘agora pode, agora não pode, agora é bom, agora não’. Então, esta construção coletiva é importante, mas não podemos contar apenas com os pais e a escola, mas a sociedade como um todo, não no sentido de ter um modelo, porque isto é impossível, mas pensar coletivamente”, completou Bruno.