Professora do Colégio Izabela Hendrix recebe prêmio da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil
A professora do Colégio Metodista Izabela Hendrix, Sandra Brito, recebeu no dia 23 março, a Medalha de Mérito Educacional e Cultural, prêmio da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil (ALACIB) direcionado a poetas aldravistas. O evento foi realizado no Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto, em Mariana.
A professora Sandra Brito contou como surgir o convite para ser membro da Academia de Aldravias. “Em 2015, quando me apresentaram a aldravia, eu percebi que muitos municípios de Minas Gerais tinham uma academia de autores aldravistas, mas em Belo Horizonte não existia e isso me angustiou muito porque falta essa representatividade em Belo Horizonte. A partir daí eu corri atrás, fui a alguns colégios que me fecharam as portas, mas depois de muitas dificuldades o Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) me abriu essa porta pra fundar a Academia lá. Devido ao meu desejo de divulgar esta forma genuinamente brasileira e mineira, fui convidada a coordenar a ABRAAI-BH (Academia Brasileira de Autores Aldravianistas Infanto-juvenil) que será alocada no CEFET-MG, onde realizaremos outros projetos e rendeu-me uma cátedra (como membro efetivo) na Academia Internacional de Aldravias Andreia Donadon Leal- AIAADL”.
A professora, que faz parte da academia internacional de autores aldravistas, realiza oficinas com seus alunos em sala de aula. Sandra ressaltou a importância do trabalho com estudantes. “Esse trabalho com aldravias me acrescenta muito porque eu sempre gostei de escrever, mas estava meio adormecida e isso retomou. Eu passei a escrever com os alunos e hoje vejo a aldravia como um retrato de autoestima. Tem alunos que muitas vezes dizem que não conseguem e eu incentivo. Quando tentam, conseguem escrever divinamente. Trabalhar com aldravia em sala de aula é um resgate da escrita, da autoestima, da literatura e do gosto por ela. Estou muito feliz aqui no Izabela porque estou tendo o espaço para essa forma de poesia”, comentou.
Segundo a diretora do Colégio, professora Débora Castanha, a introdução de um novo jeito de ver a poesia mudou o pensamento dos alunos. “Na direção, estamos sempre nos bastidores e o que nós temos percebido e ouvido é que depois da chegada da professora Sandra em nossa escola, os alunos foram despertados para a escrita e para a poesia. A professora trouxe a poesia para os alunos em uma nova perspectiva: a perspectiva do autor. Isso fez com que eles se mobilizassem mais para as aulas, além de aumentar o interesse deles”, explicou.
O aluno do segundo ano do Colégio do Izabela, João Freitas, faz um trabalho em parceria com a professora Sandra, em que João realiza as ilustrações de aldravias da professora. João contou da relevância da atividade em sua carreira estudantil. “Na academia eles me veem como artista plástico, mas eu expliquei quero seguir por outra área e isso mais como um hobbie. A ilustração pode me fazer conhecer pessoas de muitas áreas. Acredito que, mesmo não caminhando juntamente na área que quero seguir, essa oportunidade pode me proporcionar a abertura de outras portas, além de ser um trabalho extracurricular”, disse.
O que é aldravia?
A aldravia é uma forma póética criada no Brasil pelos poetas aldravistas Andreia Donadon Leal e José Benedito Donadon. As poesias aldravistas são compostas por seis palavras que devem estar em letra minúscula. Não se deve colocar pontuação, exceto interrogação e exclamação. Deve-se privilegiar metonímias, evitando metáforas.