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Ensino e aprendizagem caminham juntos como escola e família

por marcello publicado 22/05/2019 13h14, última modificação 22/05/2019 13h14
Ensino e aprendizagem caminham juntos como escola e família

Palavra aos pais e mães neste Mês da Família.

O livro de Deuteronômio foi escrito por Moisés após a peregrinação no deserto. A primeira geração tinha morrido e, agora, uma geração nova, cuja maior parte não tinha lembrança da primeira Páscoa, da travessia do Mar Vermelho, nem da lei do monte Sinai iria tomar posse da Terra Prometida. Moisés, então, repete o relato da história recente de Israel e escreve novamente a aliança de Deus, os dez mandamentos, as promessas de benção e maldição, para que o livro fosse lido para o povo. Era um documento da aliança de Deus com o homem. Logo após narrar a história de Israel, ele coloca os dez mandamentos e logo a seguir o trecho das escrituras que transcrevemos abaixo. Este trecho das escrituras era um daqueles escritos em pergaminhos e colocados em caixinhas e que eram amarrados nos braços e colocado na testa pelos escribas e fariseus, em um cumprimento literal do mandamento. Mas, na verdade, o mandamento era para ser praticado e não apenas usado como amuleto ou "vestido".

“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”. Deuteronômio 6.4-9

Estas "palavras que hoje te ordeno", que nos versículos anteriores incluíam os dez mandamentos e a aliança de Deus com o homem, deveriam primeiramente estar dentro dos corações dos pais, para que então pudessem ser ministradas aos filhos. Não se pode dar algo que não se tenha recebido primeiro e tudo que é bom vem do Pai. Estas palavras deveriam ser inculcadas aos filhos, assentado em casa, andando, deitando, levantando. Inculcar nos dicionários da língua portuguesa significa repetir muitas vezes para imprimir no espírito (Aurélio, Michaelis). A palavra hebraica traduzida aqui por inculcar (ou ensinar, intimar) é LAMAD e é uma palavra de grande abrangência e representa muito bem o processo de ensino e aprendizagem que Deus estabeleceu para os país e filhos.

Lamad, traduzida por inculcar, pode ser definida como:


1. "Cortar" a mente; é a ideia de uma navalha afiada formando um canal (sulco) na mente e produzindo, por meio desta incisão, um padrão de pensamento.

2. Formar um estilo de vida ou uma maneira de viver.


Temos aqui, portanto, dois aspectos: o interno, relacionado com o ensinar, que é o "cortar", marcar, criar um caminho que produz padrões e estruturas de pensamento; e o externo, a consequência disto, que nos fala da aprendizagem, que é um estilo de vida ou uma maneira de viver.

Devemos considerar que a mente da criança, em sua formação natural, desde o seu nascimento, deixada por si só, irá produzir padrões de pensamentos maus. Basta observar que não é necessário ensinar uma criança a mentir ou desobedecer.

Podemos observar, portanto, que para que este processo de ensino e aprendizagem ocorra, a família e a escola devem estar sob uma mesma lei, e dentro de uma mesma aliança. O que a criança aprende em casa é confirmado na escola, e o que ela aprende na escola deve ser reforçado em casa. Ambos, lar e escola, devem estar fundamentados sobre os mesmos princípios, para que haja consistência no que for produzido. Esta consistência produzirá na vida da criança equilíbrio, segurança e frutificará positivamente em boas obras, mudança de atitudes, desenvolvimento espiritual, mental e físico.


Reverenda Márcia Célia Pereira
Pastoral Escolar e Universitária
Colégio Piracicabano e UNIMEP – Piracicaba – SP