Alunos enfrentam desafio e elaboram uma campanha publicitária
Os alunos dos 9º anos do Ensino Fundamental II do Colégio Metodista Granbery foram desafiados, durante as aulas da disciplina de Língua Portuguesa, a elaborarem uma campanha publicitária. Com orientação da professora, Marisa Loures, o trabalho de cada um era se colocar na figura de um publicitário contratado por uma editora para a divulgação do lançamento fictício do livro “O poeta que fingia”.
A professora, Marisa Loures, explicou que a ideia da criação da campanha surgiu a partir da proposta estabelecida para os alunos do 9º ano no do 1º bimestre: leitura e interpretação de campanhas publicitárias. “O que, normalmente, os alunos amam fazer. Percebo que eles gostam de gravar e editar vídeos e áudios e, no caso de cartazes, de pensar em recursos visuais e verbais que atraiam a atenção do leitor”.
Marisa contou ainda que além das peças, também estava previsto conhecer a vida e obra do autor Fernando Pessoa e aproximar os alunos de textos poéticos a partir da leitura do livro “O poeta que fingia”, do escritor Álvaro Cardoso Gomes. “Existe uma crença de que ler e interpretar poema é difícil e de que Pessoa é um poeta complicado e, portanto, inacessível, e esse livro propõe uma aproximação entre ele e os jovens leitores de uma forma diferente. Ele traz vários de seus versos em meio a uma biografia romanceada. A partir disso, resolvi juntar as duas propostas. Além da leitura e discussão a respeito do livro, da vida do escritor português e do contexto histórico retratado em “O poeta que fingia”, por que não desenvolvermos uma atividade prática? Foi aí que veio a ideia de elaborar uma campanha publicitária”.
Os alunos, sempre orientados pela professora, produziram os anúncios que deveriam ser feitos em diferentes formatos (banner, vídeo, flyer e spot) e conterem estratégias de persuasão, como um título instigante ou o uso de verbos no imperativo, por exemplo. “O que achei muito bacana é que, imediatamente, muitos deles já foram me procurando no WhatsApp para comentar sobre a ideia que eles tinham para o trabalho. Alguns, claro, têm mais habilidade com edição e já foram logo produzindo; outros, tiveram um pouco mais de dificuldade, mas o resultado foi maravilhoso. Pude perceber que o projeto, realmente, tinha dado certo, quando eles apresentaram os trabalhos para os colegas. Defenderam a ideia deles como gente grande”, ressaltou.
Na avaliação de Marisa, o trabalho rendeu ótimas peças e também proporcionou um novo olhar e gosto pela leitura de poemas. “Quando realizamos este trabalho, já estávamos tendo aulas remotas. Por timidez, os alunos não ligam as câmeras, a interação é feita somente através de chat e áudio. Alguns não ligam nem o áudio. Eu não estava mais tão perto deles, com isso, achei que não daria certo, que não conseguiria envolvê-los, fazê-los “comprar” a ideia. Mas aconteceu o contrário. Foi lindo ver as produções prontas, vê-los trabalhar a escrita e a oralidade, perceber que alguns deles, tão tímidos, estavam soltando a voz ou aparecendo na frente de uma câmera. É um tipo de atividade que foge da rotina e que permite que eles coloquem em prática o conteúdo que aprenderam nas aulas de Língua Portuguesa. Depois de tudo, alguns falaram que haviam perdido o medo de ler poemas”, finalizou.